domingo, 5 de junho de 2016

Giva demitido. Que erro, Coelho!

No dia seguinte a derrota do América para a Ponte Preta, no Independência, chegou a notícia pouco depois das 9h30: o técnico Givanildo Oliveira foi dispensado do Coelho.

O treinador que conseguiu algo incrível com o material humano que tinha nas mãos foi dispensado sem dó nem piedade pelo conselho de dirigentes que já se mostrava sem paciência na noite da derrota e as informações é que estavam divididos entre a permanência e a demissão.

Givanildo fez praticamente um milagre com o time do América. No Campeonato Mineiro, quando a primeira fase não é boa tecnicamente, salvo, realmente, por Atlético-MG e Cruzeiro - que mesmo assim não agradaram em 2016 na competição, sobretudo o time celeste - o Coelhão por pouco não ficou de fora. Ali Giva já balançava no cargo.

Mas passou. Na luta, contra tudo e contra todos, na pressão, de modo bem peculiar, o América-MG se classificou para as fases finais do Campeonato Mineiro. Por conseguir a última vaga teria de confrontar o Cruzeiro para sonhar com o título. Mas passou o poderoso time azul, a sua maneira, jogando na retranca, apostando nos contra-ataques, mas passou!

Mas ainda tinha uma pedreira pela frente: o Galo. Giva não se intimidou. Fechou alguns treinos e partiu pra dentro do Atlético. Logo no primeiro jogo a sorte: seu camisa 10 se contundiu durante a partida e Giva colocou Danilo. Junto com isso o golpe de mestre, pois, atento a dificuldade do clube adversário pela direita, atuando com um ala - e todos conhecem a clara dificuldade de Marcos Rocha na marcação - Givanildo comandou que Danilo ficasse naquela ponta.

A vitória por 2 a 1 mostrou que o Coelho estava bem perto do título. No jogo de volta, o Atlético-MG até buscou, mas novamente Danilo deu a oportunidade do Coelho gritar "campeão", da torcida soltar o que estava preso na garganta há muitos anos e de Givanildo garantir de uma vez por todas seu lugar na história do clube.

Em uma recente entrevista, Givanildo falou: "Planejamento? Não tem planejamento. Meu planejamento é ganhar, eu quero é vencer", disse, com sotaque bem nordestino, bem a sua maneira de encarar as coisas.

Evidentemente qualquer um quer se planejar. Mas o América não permite isso ao treinador. O material humano é fraco - diante de outras equipes isso fica mais claro. Com o que ele tinha nas mãos foi até longe demais, conseguiu o acesso a série A, vale ressaltar que todos pensavam que o América não chegaria tão longe naquela segunda divisão, e ainda uma taça.

Foram cinco resultados ruins e um até breve. Givanildo abre vaga para um português que chega sem conhecer o clube, sem conhecer sua história, talvez até sem saber que pedir reforços para o conselho americano será bem complicado.